O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, debateu neste sábado (3/4) com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) uma colaboração técnica para ampliar a capacidade de produção nacional de vacinas no Brasil. O titular da Saúde realizou uma videoconferência com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, e com a representante da OPAS no Brasil, Socorro Gross.
Durante a reunião, foi analisada a possibilidade de adaptar parques industriais brasileiros que desenvolvem imunizantes para animais para que possam produzir vacinas apropriadas a humanos, com todos os protocolos sanitários sendo respeitados. Para o ministro Marcelo Queiroga, isso beneficiará a produção de imunizantes no país e poderá acelerar a vacinação contra o coronavírus. “Não só para abastecer o mercado interno e ampliar a nossa capacidade, mas também para que o Brasil, na sua condição de líder na América Latina, possa oferecer vacinas para outros países”, declarou.
Queiroga destacou que o país conta com dois grandes laboratórios para a produção de imunizantes contra a covid-19, fundamentais para a agilizar o processo de controle da pandemia: a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan. “A Fiocruz, por meio de parceria com o laboratório AstraZeneca, tem acordo de compartilhamento de tecnologia e produção de IFA nacional, o que garante ao país uma autonomia maior para produção de vacinas, sem eventual demora de importação dos insumos”, ressaltou.
Em pronunciamento à imprensa após a reunião, o ministro da Saúde ressaltou que é necessário reforçar as medidas para evitar a circulação do vírus. “Eu tenho feito isso de forma reiterada desde o início da nossa gestão no Ministério da Saúde. Todos sabemos que o uso de máscara é fundamental. É necessário que haja a adesão da população brasileira. A higiene das mãos com água e sabão, o uso de álcool em gel, evitar aglomeração entre as pessoas”, elencou.
Outro ponto abordado durante a reunião, foi a busca por insumos estratégicos para o chamado “kit de intubação”, que contém medicamentos para tratamento intensivo em casos graves de vítimas da pandemia internadas em hospitais. A pedido do Ministério da Saúde, a OPAS está buscando esses produtos no mercado internacional. A previsão é que os medicamentos cheguem de forma escalonada em até cinco semanas.
“O Ministério tem acompanhado, no dia a dia, a oferta desses medicamentos para estados e municípios. Colaboramos agora com a OPAS para conseguir repor nossos estoques. A atribuição de adquirir esses medicamentos é dos municípios, mas em uma situação de emergência sanitária não há como o Ministério da Saúde se eximir dessa função de liderar a aquisição desses insumos”, explicou o ministro.
De acordo com a representante da OPAS, Socorro Gross, as medidas de prevenção à doença ajudam a ganhar tempo, principalmente em um momento de baixa disponibilidade mundial de vacinas. “Hoje, é momento de união e reflexão. Não temos como diminuir a transmissão desta doença se cada um de nós não aplicarmos as medidas de utilizar a máscara, sempre lavar nossas mãos, fazer o distanciamento físico e, especialmente, não ter aglomeração. Os jovens também têm uma grande responsabilidade de cuidar dos que hoje são mais vulneráveis. Hoje, é o momento em que o Brasil pode mostrar esta união. Este SUS (Sistema Único de Saúde), que é único, pode sim mudar o rumo desta pandemia”, avaliou.
(Fonte: Ministério da Saúde)