Ao comemorar os 77 anos de fundação da ABMT, nesta terça-feira (14), a diretora técnica-científica, Dra. Nadja de Souza Ferreira, e o conselheiro técnico-científico, Dr. Paulo Rebelo, destacaram as principais conquistas da gestão, entre elas: a inclusão da Associação nas redes sociais, a divulgação constante do conhecimento científico de interesse dos médicos do trabalho, a criação da ‘Roda de Conversa ABMT’, live transmitida pelo Instagram com temas variados de interesse de toda a sociedade e a inauguração do Centro de Estudos, Pesquisa e Mentoria Dr. Daphnis Ferreira Souto.
Para Dra. Nadja, uma das principais conquistas da Associação nesses últimos dois anos foram baseadas na transmissão da cientificidade da atuação específica do médico do trabalho. A seu ver, o médico, de forma geral, tem que ter uma conduta especial para exercer seu ofício, sendo que na medicina do trabalho a exigência é ainda maior por ter uma atuação mais abrangente.
“O trabalhador é na realidade o cerne da vida de um país. Se esse trabalhador está saudável, ele produz bem, e tem um custo baixo para o governo. Então, o médico do trabalho é um médico diferenciado. É isso que nós temos mostrado. Essa diferença está em manter a saúde e prevenir as doenças.
Outro emblema da gestão foi a possibilidade de propagar um novo olhar sobre os trabalhadores portadores de doenças crônicas não transmissíveis que tenha condições de habilidades para o trabalho. “Ele deve ser reconhecido como apto para o trabalho, acolhida e monitorada, para que não haja nenhum agravamento da doença.”
Segundo Dra. Nadja, existe uma crença de que o trabalho muitas vezes traz o agravamento da doença, o que não é verdade. “O que tenho aprendido é que o trabalho bem organizado e bem orientado com o suporte adequado – como as pausas e alimentação balanceada -, traz mais saúde do que doença, Ser humano parado é que traz doença”, ressaltou a médica, que vem se dedicando ao estudo do tema e transmitindo o conhecimento para os residentes médicos e para os jovens que estão fazendo pós-graduação através das atividades da ABMT.
Dra. Nadja reforça que, entre os pontos positivos, o trabalho traz saúde mental, facilita a relação social entre os trabalhadores, cria as condições financeiras para o sustento da família e o alcance dos objetivos pessoais. “Sempre orientamos o trabalhador a aproveitar o dia de folga e as férias para o lazer e convívio com a família, para repor as energias”, complementou.
Outra conquista dos últimos dois anos foi a inclusão da ABMT nas redes sociais, que vem sendo uma ponte para a disseminação de conhecimento científico, com alcance nacional.
A criação do programa ‘Roda de Conversa ABMT’ é outro marco da atual gestão. Trata-se de uma live – que conta sempre com um convidado especial a cada programação -, transmitida pelo Instagram com temas variados de interesse não só da classe médica e trabalhadores como do público em geral, com altos índices de audiência.
Foco na disseminação do conhecimento
Ao fazer um balanço sobre as conquistas da gestão, Dr. Paulo Rebelo ressaltou que a ABMT sempre se caracterizou pela capacitação do médico do trabalho e dos profissionais correlatos. “O nosso foco é o médico do trabalho, mas também temos interagido com engenheiros, advogados e outras profissões que tem relação com a medicina do trabalho,” acrescentou o conselheiro.
Na atual gestão, uma das ações mais importantes foi a entrada nas mídias sociais, como frisou o conselheiro da ABMT. “Essa é uma área que demanda um conhecimento, uma linguagem, uma estrutura de transmissão que nós não detínhamos até então. Isso foi possível a partir de uma decisão da diretoria de ocupar esse espaço. Esse é um grande marco, sem dúvida nenhuma, que vai ficar para a posteridade”, acentuou o médico.
Dr. Paulo Rebelo elogiou a inauguração do Centro de Estudos, Pesquisa e Mentoria como outro marco que ficará como legado para os futuros gestores da ABMT, médicos do trabalho, estudantes, pesquisadores e sociedades em geral.
“Além do espaço físico, o Centro vai abrir perspectivas para outras áreas, como a pesquisa histórica, com atenção para todos aqueles trabalhadores que não são os formais e sim os artesãos, os trabalhadores nas ruas, os trabalhadores informais de forma geral”, destacou Rebelo.
Segundo ele, o Centro permitirá linhas de pesquisa sobre as novas profissões que surgiram nessa nova época. “Uma das linhas que vamos desenvolver aqui é justamente sobre esses profissionais informais que talvez sejam os mais vulneráveis”, reforçou o conselheiro da ABMT. Ao finalizar, o médico disse ainda que serão mantidas pela associação todas as linhas de inclusão de pessoas com deficiência, bem como a capacitação para o atendimento de todos os trabalhadores formais.