A cada 40 segundos, um suicídio ocorre no mundo. Ao todo, são 800 mil registros anuais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora tenha forte componente individual, determinantes sociais – como questões econômicas – também têm influência em diversos casos investigados. Episódios de suicídio são registrados em todos os países, mas segundo dados da OMS, 75% dos episódios ocorreram em nações de baixa e média renda em 2012.
Nas últimas décadas, em particular desde o ano 2000, várias estratégias nacionais de prevenção ao suicídio vêm sendo desenvolvidas. Elas abarcam diversas medidas, como a vigilância, a restrição aos meios utilizados para consumar o suicídio, as diretrizes para os meios de comunicação, a redução do estigma e a conscientização da população, assim como a capacitação dos profissionais de saúde, educadores, polícias e outros. Também incluem serviços de intervenção em casos de crises e serviços posteriores.
O suicídio é um tema complexo, com uma multiplicidade de fatores intervenientes, portanto, não há apenas uma resposta para esse problema. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre austeridade e saúde diagnosticou, a partir da análise de diferentes estudos, que as crises econômicas e o consequente aumento do desemprego aumentam o risco de suicídio e de mortes decorrentes do abuso de álcool. Falta de esperança, dificuldades de se enquadrar no ambiente social e econômico são problemas continuamente apontados por pesquisadores da área.
Manual para profissionais de saúde mental
O Ministério da Saúde lançou em 2006 a Portaria nº 1.876, de 14 de agosto de 2006, que institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. Ainda em 2006, lançou o Manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental.
Este material encontra-se em processo de revisão e atualização, mas ainda é uma importante ferramenta para para profissionais das equipes de saúde mental dos serviços de saúde, com especial ênfase às equipes dos Centros de Atenção Psicossociais (Caps). Sua principal finalidade é a transmissão de informações básicas que possam orientar a detecção precoce de certas condições mentais associadas ao comportamento suicida, bem como o manejo inicial de pessoas que se encontrem sob risco suicida e medidas de prevenção.
Como um sério problema de saúde pública, a prevenção do comportamento suicida não é uma tarefa fácil. Uma estratégia nacional de prevenção, como a que se organiza no Brasil a partir de 2006, envolve uma série de atividades, em diferentes níveis, e uma delas é a qualificação permanente das equipes de saúde, uma das diretrizes desta proposta. Uma vez que várias doenças mentais se associam ao suicídio, a detecção precoce e o tratamento apropriado dessas condições são importantes na sua prevenção.
Confira aqui o documento na íntegra:
Prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental