Ao longo do bloco “Riscos ocupacionais de trabalhadores da indústria aérea, marítima e rodoviária”, Dr. Rossi Murilo da Silva tratou dos riscos de intercorrências médicas decorrentes de viagens aéreas e explicou que a pressurização do voo, pode causar hipóxia, ainda que dentro de um limite permitido. Além disso, a baixa umidade leva à desidratação e favorece o desenvolvimento da TEV.
“Até 2015, não tínhamos visto nenhuma trombose venosa de quem viaja no corredor, porque é um passageiro que se movimenta mais. Um estudo mostra que uso de anticoncepcionais aumenta em 40 vezes o risco de TEV em voos de longa duração”, alerta o médico.
Dr. Marcos Afonso Braga Pereira abordou os riscos de contaminações biológicas durante o voo e esclareceu as diferenças entre a Medicina do Trabalho e a Medicina Aeroespacial, que visa garantir a segurança do voo. Ele trouxe curiosidades interessantes, como o dado de que o Brasil tem a segunda maior população de tripulantes do mundo e que a maior causa de incapacitação súbita dos pilotos é o desarranjo intestinal. Para evitar o risco de contaminação, o comandante e o copiloto nunca podem comer a mesma comida.
Fatores como as condições gerais de trabalho, histórico de vida, a exposição à insalubridade e outros determinam situações diversas na vida de condutores veiculares, podendo influir negativamente em sua saúde. Foi o que abordou Dr. Gilmar Ribeiro Muniz em sua palestra “Riscos ocupacionais nos transportes rodoviários”. No grupo do trabalhador rodoviário, há maior prevalência e incidência de transtornos físicos e psicológicos, sobrecarga de trabalho e maior frequência de acidentes de transito, uma vez que passam de 8h a 12h atrás do volante.
Segundo o Dr. Augusto Paulo Marques Linhares Pinto, os transportes aquaviários estão cada vez mais presentes no cenário econômico mundial. Demandas logísticas e internacionais forçam a atividade marítima num crescimento antes imensurável. Na palestra “Riscos ocupacionais nos transportes aquaviários”, Dr. Augusto comenta a peculiaridade deste ambiente de trabalho, que é também o lar do trabalhador por longos períodos.
“O trabalhador marítimo não escolhe só um ofício, ele escolhe um estilo de vida. Sua avaliação médica deve ser extremamente criteriosa”, afirma.