A programação da tarde do Congresso ABMT 75 anos teve início com uma plenária temática sobre o PCMSO. Na primeira apresentação, Dr. Fernando Akio Mariya falou sobre o uso do Programa como uma ferramenta de gestão da saúde. Ele explicou a importância da gestão estratégica do planejamento e o desafio de não torná-lo um documento de gaveta, somente para cumprimento da legislação.

Para tanto, Dr. Fernando falou sobre os indicadores a serem levantados e outros aspectos da empresa, como riscos ocupacionais, estilo de vida dos trabalhadores, informações relevantes para planejamento do programa.

Entretanto, para que as iniciativas tenham sucesso, Dr. Fernando pontuou que, para os trabalhadores se interessarem pela iniciativa e se engajarem, é preciso envolvê-los no planejamento para, posteriormente, perceberem o impacto do PCMSO no cotidiano de trabalho e na saúde como um todo.

O mesmo se aplica à gestão da companhia, que pode identificar os benefícios em aspectos como aumento da produtividade e redução de gastos nos atendimentos em plano de saúde. Esse trabalho, segundo o palestrante, requer planejamento e feedback dos usuários para verificar a efetividade e adequações periódicas conforme as necessidades são identificadas.

O especialista lembrou que mudanças legislativas, como a desobrigatoriedade do PCMSO para empresas com atividades de baixo risco não devem eliminar o uso do Programa, já que o documento pode contribuir para melhorar dos indicadores da empresa. Saúde mental e casos de Ler/Dort foram indicados como exemplos de doenças comumente abordados nas empresas.

Para realizar um acompanhamento adequado, Dr. Fernando lembrou a importância de estar próximo dos trabalhadores nas suas atividades, “visitando o chão de fábrica”, e de realizar a atenção primária dessas pessoas, com a finalidade preventiva e de promoção da saúde.

Ele também lembrou a importância da confidencialidade no atendimento médico, em especial na relação com outros setores das empresas. Nesse contexto, Dr. Fernando lembrou a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que passa a ser vigente em agosto de 2020, o que exige que o dado somente seja repassado com autorização do trabalhador.

Em seguida, a membro do conselho fiscal da ABMT, Dra. Távira Sucupira, falou sobre o Atestado de Saúde Ocupacional e o Relatório Anual. Ela destacou que, para além do momento do exame, é preciso saber para onde o paciente está indo nos próximos dias, suas atividades familiares e histórico para realizar o exame e atestado adequado.