Na noite desta sexta-feira, duas palestras de abertura movimentaram a programação do primeiro dia do Congresso de 75 anos da ABMT, que reúne 39 temas atuais de relevância e importância para os Médicos do Trabalho e profissionais da área da saúde do trabalhador.

Compuseram a mesa Dr. Gualter Maia, presidente da ABMT; o general da brigada Oiticica, presidente da Academia Brasileira de Medicina Militar; a tenente coronel Vivian Rodrigues, chefe da sessão de Pericias Medicas da 1a Região Militar do Exercito; tenente coronel Jorge Soares Luiz, da diretoria de saúde da Aeronáutica; Dr Luiz Carlos Prestes, presidente da Associação Brasileira de Medicina Legal e Pericia Medica do Rio de Janeiro; Dra. Simone Veiga, vice-presidente regional da  ANAMT; Dra. Lais Oliveira, representante do Ministério Publico do Trabalho do Rio de Janeiro; Dra. Ana Ribeiro, vice-presidente da Associação Catarinense de Medicina do Trabalho; Dr Paulo Rebelo, membro fundador da IOMSC; e Prof. René Mendes, ex-presidente da ANAMT.

Depois da cerimônia, os participantes tiveram o prazer de assistir a uma palestra do cronista, historiador e articulista Leandro Karnal. Com bom humor, ele levantou reflexões sobre as mudanças de paradigma da sociedade atual e iniciou sua fala lembrando que, atualmente, o trabalho é a parte mais expressiva da nossa existência e ressaltando que, atualmente, é preciso restaurar alguns valores muito humanos, essencialmente nas áreas técnicas. O historiador chamou atenção para atual a resistência ao conhecimento médico e brincou sobre pacientes que já chegam ao consultório instruídos pelo “Dr. Google”.

“Vivemos em uma era de atomização dos dados aliada ao irracionalismo. Quem diria que, em pleno 2019, estaríamos falando sobre o movimento contra as vacinas? Esse crescimento do pensamento irracional dá espaço a uma recusa pela autoridade cientifica e isso é muito perigoso”, alertou.

Em seguida, Dr Paulo Rebelo abordou a integralidade e equidade na visão do médico do trabalho, iniciando sua fala com um histórico sobre as relações de trabalho no Brasil:

“Ao longo da história, nossa relação de trabalho não é tão igualitária, muito menos com equidade”.

O especialista ressaltou a importância de ter uma visão integral do trabalhador, na qual o médico do trabalho deve ter uma visão holística ao olhar os aspectos físico, mental, espiritual, social e objetivo. Também enfatizou que as iniciativas voltadas para a saúde do trabalhador vai além do micromundo de uma empresa:

“Cada ação nossa como Médico do Trabalho atinge oito pessoas, porque quando eu educo alguém com relação a hábitos saudáveis, por exemplo, isso tem reflexo na família dele”, afirmou.

As palestras foram seguidas de um jantar de confraternização e comemoração aos 75 anos da ABMT.