O Ministério da Saúde (MS) lançou, nesta sexta-feira (30/4), um guia com orientações para o atendimento a pacientes com quadros graves de Covid-19. O documento, produzido sob a coordenação do professor Carlos Roberto de Carvalho, da Universidade de São Paulo, conta com o apoio de vários especialistas, instituições e hospitais de renome, além associações médicas e científicas.

O objetivo da definição das diretrizes é orientar a prática dos profissionais de saúde quanto ao correto uso de oxigênio e suporte ventilatório. Outra instrução lançada pelo MS diz respeito ao uso de sedativos e bloqueadores neuromusculares, que integram o que ficou popularmente conhecido como “kit intubação”. Os dois documentos foram elaborados a partir do que vem sendo convencionado no Brasil e no mundo, de acordo com o cenário atual brasileiro.

“Esse é um trabalho realizado em parceria com os técnicos do ministério e as sociedades científicas, sob a liderança do professor Carlos Carvalho. Existem dois protocolos: um é sobre a otimização do uso do oxigênio e a outra é sobre a intubação orotraqueal. Pacientes podem perder a vida durante a intubação, de tal maneira que nós resolvemos dar uma orientação e padronização desses procedimentos”, explicou o ministro Marcelo Queiroga.

As diretrizes são aplicáveis aos serviços de saúde público e privado que atendem pacientes graves de Covid-19. O texto reúne critérios para orientar quanto à posologia recomendada, mecanismos de controle clínico, acompanhamento e verificação de resultados.

Cerca de 10% a 15% das pessoas que contraíram o coronavírus necessitam de internação em terapia intensiva devido ao agravamento do quadro, causado por insuficiência respiratória atribuída à pneumonia viral. Uma das formas de tornar a aplicação do oxigênio mais eficiente – tão essencial a esses pacientes – é evitar problemas com vazamentos e equipamentos desregulados. Além disso, o documento define parâmetros para a dosagem adequada, com segurança, e sem excessos.

Nos casos em que é necessária a intubação, as orientações tratam dos medicamentos mais indicados e os possíveis substitutos em caso de indisponibilidade. O objetivo é que profissionais de saúde tenham informação para que possam direcionar o atendimento conforme a realidade de cada unidade de saúde.

As diretrizes de atendimento a casos graves de Covid-19 foram desenvolvidas com o apoio do Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo, Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBP), Associação Paulista de Medicina (APM),  Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Hospital das Clínicas da USP, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Albert Einstein, Hospital Sírio Libanês, Hospital do Coração (HCor) e Beneficiência Portuguesa (BP).

(Fonte: Ministério da Saúde)