O aumento do número de casos de Covid-19 no país tem causado a escassez de Equipamentos de Proteção Individual e insumos para os profissionais dos serviços de saúde. Conforme levantamento da Associação Médica Brasileira, os equipamentos que mais estão em falta no Brasil são as máscaras PFF-2 (88%), óculos e protetores faciais (72%) e capotes impermeáveis (65%).
A Fehoesp (Federação dos Hospitais, Clínica e Laboratórios do Estado de São Paulo) também identificou o aumento exponencial dos preços desses EPIs entre 100% e 3.000% nas últimas semanas. A alta demanda levou uma caixa de máscaras com 50 de unidades que era vendida por R$ 4,50 em fevereiro para R$ 300,00. No mesmo período, uma caixa de luvas com 100 unidades de R$ 14,70 passou a custar R$ 35,00. Outro produto que está em falta é a máscara PFF-2 (N95), muito utilizada por profissionais da saúde. Para os que a encontram a venda, a unidade passou de R$ 9,00 para R$ 44,00. O Sindicato também identificou aumento no valor do álcool gel, recomendado para higienização das mãos, de R$ 5,79 para R$ 20,25 uma unidade de 470mg.
Como iniciativa para garantir ambientes seguros em unidades de saúde, o Conselho Federal de Medicina criou uma plataforma online na qual o profissional poderá comunicar a situação de seu local de trabalho. Após acessar o site (https://sistemas.cfm.org.br/fiscalizacaocovid/), o médico deverá preencher alguns dados básicos de identificação (número do CRM, CPF, estado onde mora), e, após isso, terá acesso a um questionário simplificado, que lhe permitirá indicar, de modo objetivo, as carências que encontra e que dificultam no atendimento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19, como a falta de EPIs.
Para o diretor executivo da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho), Raul Casanova Júnior, a escassez se deve principalmente à falta de conhecimento de todos, tanto da população quanto da mídia e autoridades. Como exemplo, ele cita a máscara PFF-2, que sumiu das prateleiras, mas que não serve para a proteção da população, mas, sim, dos profissionais de saúde. “Vestimentas hospitalares estão sendo utilizadas em aplicações onde outros tipos seriam eficazes. Além disso, a maior parte da indústria de EPIs está focada na área industrial”, relata.
(Fonte: Revista Proteção)