A ONU estabeleceu o dia 26 de junho para marcar o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, em ato realizado em 1987. A data tem estimulado campanhas públicas de alerta à população sobre os riscos do consumo e dependência de drogas e sobre a importância do combate constante ao narcotráfico.

O primeiro ano da pandemia da Covid-19 foi marcado por um salto no número de usuários de drogas ilícitas e de mortes relacionadas ao abuso de álcool no Brasil e no mundo, segundo Relatório Mundial sobre Drogas 2021, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Segundo o documento, cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo ao longo de 2020. Em 2018, o número global de usuários era de 269 milhões de pessoas. Dois anos depois, mais de 36 milhões sofreram de transtornos associados ao uso de drogas. Estimativas globais calculam que cerca de 5,5% da população entre 15 e 64 anos usou drogas pelo menos uma vez no ano passado.

Outro dado preocupante no relatório da UNODC diz respeito à potência da cannabis, que aumentou em até quatro vezes em algumas partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, nos últimos 24 anos, aumentando ainda mais o potencial de dependência e danos à saúde.

Ao mesmo tempo, na contramão das evidências, registrou-se uma queda significativa na percepção dos adolescentes dos riscos que a cannabis pode causar, especialmente entre usuários regulares.

O relatório destaca também os avanços da tecnologia na distribuição de drogas psicoativas via a dark web, com vendas na casa dos milhões de dólares e em franco crescimento, tornando acessíveis todos os tipos de drogas em qualquer parte do mundo.

Abuso de álcool no Brasil

Em 2020, foram registradas 8.169 mortes atribuíveis ao álcool no Brasil, 24% a mais em comparação a 2019, com registro de 6.594 mortes, segundo dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), a partir de números do DataSUS.

Cigarro eletrônico

Proibido no Brasil desde 2009 pela Anvisa, o cigarro eletrônico se popularizou entre os adolescentes, apesar de ser, comprovadamente, um risco à saúde de jovens e adultos que fazem uso do dispositivo. Durante a pandemia, o seu consumo aumentou significativamente, apesar da venda ser proibida. No início de maio, o CFM posicionou-se, junto com outras entidades de saúde, contra a legalização da venda do cigarro eletrônico no Brasil, devido ao alto índice de toxicidade, que causa dependência, adoecimento e morte.