No dia 27 de julho, no Brasil, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. O dia comemorativo propõe uma reflexão sobre como os ambientes e processos de trabalho podem determinar tanto a saúde quanto os acidentes e o adoecimento dos trabalhadores.

Mais ainda, evidencia a necessidade de adoção de medidas e ações preventivas para mudar o atual cenário de morbimortalidade dos trabalhadores no Brasil.

Como entidade representativa da Medicina do Trabalho, a Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT) reitera neste dia a importância dos Médicos do Trabalho nas discussões acerca da saúde e segurança da população.

O Médico do Trabalho tem o dever de atuar visando essencialmente a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores.

Além das irrecuperáveis perdas de vidas, estes acidentes e doenças resultam também em afastamentos e diminuição da capacidade produtiva, cujas consequências, muitas vezes, extrapolam o ambiente de trabalho.

Luta atual

O Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho tornou-se oficial em 1972, depois de regulamentada a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho. No início da década de 70, a iniciativa do Banco Mundial em cortar os financiamentos para o Brasil, caso o quadro de acidentes de trabalho não fosse revertido, resultou na publicação das portarias nº 3236 e 3237, em 27 de julho de 1972.

Segundo estimativas da época, 1,7 milhão de acidentes ocorriam anualmente e 40% dos profissionais sofriam lesões. Desde então, um conjunto de medidas legislativas tem sido elaboradas para garantir proteção e direitos aos trabalhadores.

De acordo com o Ministério da Economia, entre janeiro e dezembro de 2019, foram autorizados 193.660 auxílios acidentários no país. Este número contempla doenças relacionadas a acidentes físicos sofridos pelos trabalhadores ou mesmo as doenças ocupacionais desenvolvidas pelo exercício diário das atividades profissionais.

Em 2018, o número de acidentes de trabalho, segundo o governo federal, somou 477.415 em todos os estados brasileiros mais o Distrito Federal. Cerca de 2.022 pessoas morreram durante o expediente. O número de mortes entre 2012 e 2018 chega a 16.455, segundo levantamento do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho.

Condições de trabalho na saúde durante a pandemia

Neste ano, a pandemia de Covid-19 impôs novos desafios para o trabalho seguro em todo o país, especialmente para os profissionais da saúde.

A Fiocruz lançou, na última quarta-feira (22), a pesquisa Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil. O estudo pretende mostrar a realidade de cerca de 1 milhão de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e fisioterapeutas que atuam na linha de frente no combate à doença provocada pelo novo coronavírus.

Acesse a pesquisa clicando neste link.

As profissões com maior número de registros dentre os casos confirmados de síndrome gripal por covid-19 foram técnicos e auxiliares de enfermagem (62.633), seguidos dos enfermeiros (26.555) e médicos (19.858).

No universo da pesquisa, a distribuição dos óbitos se deu da seguinte forma: técnicos e auxiliares de enfermagem (64), médicos (29) e enfermeiros (16). Foram contabilizadas cinco mortes de fisioterapeutas.